Inglaterra 1-0 Espanha: Jones e Trafford devolvem glória aos Três Leões

A Inglaterra quebrou um jejum de 39 anos pela conquista do título no Campeonato da Europa Sub-21 da UEFA, após numa final tensa na Batumi Arena, na Geórgia.

A Espanha teve seus momentos, mas a Inglaterra chegou à vantagem nos descontos da primeira parte, quando o livre de Cole Palmer desviou em Curtis Jones. Também nos descontos, mas do segundo período, Abel Ruiz permitiu a defesa de James Trafford na marcação de um penálti, com o conjunto britânico a fazer história ao terminar a fase final sem golos sofridos.

Jogo em poucas palavras: Remate desviado é suficiente

A Inglaterra, reforçada pelo regresso de Max Aarons, teve a primeira ocasião flagrante quando Anthony Gordon, eleito Jogador do Torneio, flectiu para dentro e obrigou Arnau Tebas a defesa atenta, com Cole Palmer a não conseguir fazer a recarga. Após uns minutos iniciais de intranquilidade, a Espanha recompôs-se e Álex Baena ameaçou com um remate a centímetros do poste.

A formação ibérica voltou a estar perto do golo quando Aitor Paredes respondeu a um canto com um cabeceamento ao lado. O jogo voltou a ganhar ânimo à beira do intervalo, quando um livre colocou a bola em Levi Colwill e este acertou na barra. Foi o prenúncio do golo, que não demorou a surgir, com Palmer a cobrar um livre em zona frontal e o seu remate a desviar nas costas de Curtis Jones, enganando Tebas.

O livre de Cole Palmer desvia em Curtis JonesUEFA via Sportsfile

A Espanha pressionou muito no início do segundo período, mas à passagem dos 60 minutos Gordon serviu Morgan Gibbs-White na área e este rematou ao lado. De seguida, Jones rompeu pelo meio e rematou rasteiro para grande defes de Tenas e Abel Ruiz cabeceou ao lado o cruzamento de Sergio Gómez. A pressão espanhola aumentava, mas à beira do fim quase aconteceu o 2-0, mas Tenas evitou o golo de forma notável, detendo o remate de Harvey Elliott e a recarga de Noni Madueke.

Quando se pensava que a emoção não podia ser maior, nos descontos Colwill carregou Abel Ruiz na área. O capitão da Espanha assumiu a responsabilidade de empatar mas James Trafford brilhou a grande nível, defendendo remate e recarga, dando ainda mais brilho à incrível campanha inglesa, que terminou a fase final com o título e sem golos sofridos.

Melhor em Campo: Curtis Jones (Inglaterra)

"Esteve sempre no sítio certo à hora certa, jogou muito bem entrelinhas e mostrou ser um verdadeiro líder".
Painel de Observadores Técnicos da UEFA

Curtis Jones, eleito Melhor em Campo na final

Reacções 

James Trafford, guarda-redes da Inglaterra: "Estou muito feliz pela equipa, a minha família, amigos e equipa técnica. Estamos todos muito orgulhosos do que fizemos. Hoje de manhã disse a todos que ia defender um penálti e aconteceu mesmo. Somos uma boa equipa e acreditávamos que ninguém nos iria marcar golos".

James Trafford é felicitado após defender um penáltiUEFA via Getty Images

Taylor Harwood-Bellis, capitão da Inglaterra: "Tínhamos falado muito sobre isto e sentimos que era altura de finalmente voltar a ganhar o título. A pressão sobre nós era grande, devido à qualidade que temos, mas juntos, mostrando resiliência e solidariedade, conseguimos o nosso objectivo".

Anthony Gordon, avançado da Inglaterra e Jogador do Torneio: "Estou absolutamente encantado. Sinto que fiz um bom torneio, mas o troféu individual depende dos meus companheiros de equipa e dos técnicos. Havia seis ou sete jogadores que podiam ganhar este prémio, e isso mostra bem a qualidade que temos".

Anthony Gordon foi eleito Jogador do TorneioUEFA via Sportsfile

Santi Denia, seleccionador da Espanha: "Sinto-me extremamente orgulhoso de todos, não só dos jogadores, mas de todos os que fazem parte desta família. Todos trabalharam de forma extraordinária. A equipa continuou a crescer e tentámos até ao último minuto. Somos fortes e vamos continuar a crescer com esta forma de jogar".

Estatísticas-chave

• A Inglaterra conquistou o seu terceiro título, após 1982 e 1984 (também frente à Espanha na final), quando o torneio ainda era decidido em eliminatórias e eram permitidos jogadores com idade superior a 23 anos.
• A Inglaterra é a primeira equipa a terminar uma fase final sem golos sofridos, com os seis jogos de James Trafford a serem mais dois do que o recorde anterior.
• A Inglaterra venceu os seis jogos disputados na fase final, algo que aconteceu pela primeira vez desde que a competição foi alargada a 16 equipas, em 2021.
• A Espanha disputou a final pela nona vez (recorde), mais duas do que a Itália.
• Esta é a quarta final consecutiva do EURO Sub-21 a ser decidida por um só golo.
• Morgan Gibbs-White e Angel Gomes também ajudaram a Inglaterra a vencer uma seleção espanhola que continha vários jogadores que alinharam hoje na final do Campeonato do Mundo Sub-17 de 2017 (Emile Smith Rowe foi suplente não-utilizado).
• Abel Ruiz é apenas o sétimo jogador a disputar dez jogos em fases finais do EURO Sub-21 desde que a fase de grupos foi introduzida em 2000. Branislav Ivanović tem o recorde, com 13 jogos.
• Abel Ruiz e Sergio Gómez terminaram empatados com o ucraniano Georgiy Sudakov no topo da lista de melhores marcadores do torneio, com três golos.

Equipas

Inglaterra: Trafford; Garner, Harwood-Bellis, Colwill, Aarons; Jones, Gomes (Skipp 73); Palmer (Elliott 82), Gibbs-White (Archer 73), Smith Rowe (Madueke 66); Gordon (Doyle 82)

Espanha: Tenas; Victor Gómez (Barrenetxea 73), Paredes, Pacheco, Miranda; Blanco (Camello 82), Álex Baena (Aimar Oroz 59); Sancet (Veiga 59); Rodri (Riquelme 59), Abel Ruiz, Sergio Gómez