José Mourinho aponta à sexta vitória em seis finais da UEFA

José Mourinho é um dos treinadores com maior sucesso na história das competições de clubes da UEFA e terá a oportunidade de conquistar um sexto troféu continental quando a sua equipa da Roma defronta o Sevilha na final da UEFA Europa League, em Budapeste, a 31 de Maio.

O técnico português já ganhou duas Champions League, uma Europa League, uma Taça UEFA e uma Conference League, e apresenta um impressionante registo 100% vitorioso em finais (embora tenha perdido a Supertaça Europeia com o Chelsea em 2013 e com o Man United em 2017).

O UEFA.com passa em revista os cinco triunfos de Mourinho.

Final da Taça UEFA de 2002/03, Sevilha: Celtic 2-3 Porto (ap)

O primeiro triunfo de Mourinho aconteceu em Sevilha, a cidade da equipa que pretende derrotar na final deste ano, quando o Porto derrotou o Celtic após prolongamento num jogo emocionante.

O avançado brasileiro Derlei adiantou o Porto nos descontos da primeira parte, após recarga, mas Henrik Larsson, estrela do Celtic, fez o empate logo após o intervalo.

Dmitri Alenichev colocou o Porto de novo na frente do marcador, antes de Larsson voltar a igualar a contenda, mas Derlei virou herói ao assinar o golo de prata que selou a vitória aos 115 minutos.

Equipas iniciais

Celtic: Douglas; Valgaeren, Baldé, Mjällby; Lambert; Agathe, Lennon, Petrov, Thompson; Larsson, Sutton

Porto: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente; Maniche, Costinha, Deco, Alenichev; Capucho, Derlei

O que disse Mourinho

"Aquela final contra o Celtic não foi a maior vitória, não foi a maior alegria, mas em termos de intensidade foi o meu maior jogo de sempre. Desde então, já disputei finais europeias, duas da Champions League. Ganhei muitos títulos, participei em muitos jogos incríveis, mas em termos tensão, intensidade e emoção levada ao limite, aquele jogo contra o Celtic bateu todos."

Final da Champions League de 2003/04, Gelsenkirchen: Mónaco 0-3 Porto

Um ano depois, Mourinho e o Porto voltaram a disputar uma final, mas desta vez a da Champions League e frustaram as intenções do Mónaco.

O Porto afastou Man United, Lyon e Deportivo na fase a eliminar rumo a Gelsenkirchen, antes de não dar hipóteses à equipa francesa, encerrando assim da melhor maneira uma campanha memorável.

O médio brasileiro Carlos Alberto deu início à festa a perto do intervalo e Deco fez o segundo a 20 minutos do fim. O resultado ficou fechado apenas quatro minutos depois, quando Alenichev marcou naquela que era a sua segunda final consecutiva.

Equipas iniciais

Mónaco: Roma; Ibarra, Rodriguez, Givet, Evra; Giuly, Cissé, Bernardi, Zikos, Rothen; Morientes

Porto: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente; Pedro Mendes, Costinha, Deco, Maniche; Carlos Alberto, Derlei

O que disse Mourinho

"Claro que os títulos que ganhei com o Porto neste contexto são os mais importantes da minha carreira, porque foram títulos conquistados com uma equipa portuguesa para o futebol português. Com o Porto foi um caso único porque [ganhámos] uma final da Champions League com nove jogadores portugueses. Se gostaria de ver isso acontecer novamente? Sim, gostaria."

Final da Champions League de 2009/10, Madrid: Bayern 0-2 Inter

Após uma passagem de três anos pelo Chelsea depois de deixar o Porto, Mourinho assumiu o comando do Inter em 2008 e guiou o gigante italiano à primeira final da Taça dos Campeões desde 1972, na sua segunda época no cargo.

Tendo pela frente o poderoso Bayern na final no Estádio Santiago Bernabéu, os Nerazzurri assumiram a liderança do marcador aos 35 minutos, quando o dianteiro argentino Diego Milito deu a melhor sequência a um passe de Wesley Sneijder e finalizou com perfeição.

O mesmo jogador bisou na segunda parte selou uma vitória histórica para o Inter, que se tornou no sexto clube a vencer a tripla de troféus constituída por campeonato, taça nacional e Taça dos Campeões.

Equipas iniciais

Bayern: Butt; Lahm, Van Buyten, Demichelis, Badstuber; Robben, Van Bommel, Schweinsteiger, Hamit Altıntop; Müller, Olić

Inter: Júlio César; Maicon, Lúcio, Samuel, Chivu; Zanetti, Sneijder, Cambiasso; Eto'o, Milito, Pandev

O que disse Mourinho

"Acho que o jogo já estava ganho antes de começar. Não só pelo aspecto emocional, não só pelos níveis de confiança, de auto-estima, de empatia, de união que o Inter tinha, mas também pela forma como, de um ponto de vista estratégico, nos preparámos para o jogo."

Final da Europa League de 2016/17, Estocolmo: Ajax 0-2 Man United

O Man United chegou à final da Europa League de 2017 depois de ter vencido, alguns meses antes, a Taça da Liga inglesa. Uma vitória confortável sobre os neerlandeses do Ajax, na Suécia, garantiu o segundo grande troféu da época aos red Devils.

O médio Paul Pogba infligiu o primeiro golpe com um remate de fora da área que sofreu um desvio e enganou o guarda-redes do Ajax, André Onana, Pouco depois do intervalo, a estrela arménia Henrikh Mkhitaryan confirmou a vitória que permitiu ao United conquistar pela primeira vez o troféu.

Equipas iniciais

Ajax: Onana; Veltman, Sánchez, De Ligt, Riedewald; Klaassen, Schöne, Ziyech; Traoré, Dolberg, Younes

Man United: Romero; Valencia, Smalling, Blind, Darmian; Mata, Fellaini, Herrera, Pogba, Mkhitaryan; Rashford

O que disse Mourinho

"Há muitos poetas no futebol, mas poetas não ganham assim tantos troféus. Sabíamos onde éramos melhor do que o Ajax e explorámos as suas fraquezas. O clube tem agora todos os troféus do futebol mundial. Lutámos muito por isto desde o início. Merecemos totalmente a vitória."

Final da Conference League de 2021/22, Tirana: Roma 1-0 Feyenoord

A final inaugural da Europa Conference League fez Mourinho chorar de emoção após o apito final, quando a Roma conquistou o seu primeiro troféu europeu desde a Taça das Cidades com Feiras em 1961.

Num jogo equilibrado frente ao Feyenoord, o médio italiano Nicolò Zaniolo fez mexer o marcador pouco depois da meia-hora. A Roma defendeu com determinação na segunda parte, conseguiu travar todas as investidas do Feyenoord e conquistou mesmo o troféu.

Equipas iniciais

Roma: Rui Patrício; Mancini, Smalling, Ibañez; Karsdorp, Mkhitaryan, Cristante, Zalewski; Zaniolo, Pellegrini; Abraham

Feyenoord: Bijlow; Geertruida, Trauner, Senesi, Malacia; Til, Aursnes, Orkun Kökçü; Nelson, Dessers, Sinisterra

O que disse Mourinho

"É muito difícil ganhar. São necessários muitos ingredientes. Chegámos à final cansados, mas trabalhámos e mantivemo-nos discretos. Este grupo de jogadores é fantástico – isto deixa-me emocionado. Lutámos na segunda parte, o nosso adversário jogou bem e obrigou-nos a fazer alterações defensivas. Jogar uma final não é escrever história, contei aos jogadores sobre as finais que perdi no passado. Vencemos, os jogadores deram tudo."